PENSAMENTO E ANÁLISE (BLOG)
Finalmente o COPOM acordou
O COPOM decidiu na reunião do último dia 31 de Julho surpreender boa parte do mercado e aprovar um corte de 50 pontos na taxa SELIC. Devido ao teor das últimas comunicações da diretoria do banco Central do Brasil – principalmente de seu presidente – boa parte dos analistas esperavam um movimento de apenas 25 pontos. Por isto minha observação – e de boa parte da imprensa – sobre a surpresa com que foi recebido o comunicado oficial. Certamente teremos uma correção expressivas nos preços dos contratos futuros de títulos públicos – principalmente os de prazo intermediários – nos próximos dias.
A questão que vai dominar as mesas de operações das principais instituições financeiras nos próximos dias será a da extensão do ciclo de cortes que se iniciou nesta reunião. Os mais comportados vão falar em mais 100 pontos enquanto os mais agressivos vão apostar em 150 pontos. Na minha análise parece ser mais sensato ficar nos 100 pontos, ou seja, um ciclo que vai levar a SELIC para 5% ao ano.
O atraso na ação do COPOM junto com outros erros que estão sendo cometidos pela equipe econômica – principalmente na gestão dos bancos públicos – provocaram uma queda adicional na atividade econômica nestes primeiros sete meses de governo Bolsonaro. O melhor exemplo está na gestão do BNDES com o foco principal em reduzir o tamanho do balanço desta instituição sob a alegação de ser ela um foco de corrupção e decisões equivocadas. A pergunta que não quer calar é: Por que reduzir o tamanho dos bancos públicos em um sistema de crédito em que eles representam 50% do total em um momento em os estímulos dos juros mais baixos da nossa história poderia fazer a diferença para consumidores e empresas?
Por que não esperar o início da recuperação cíclica da demanda para levar adiante uma promessa eleitoral do presidente e um desejo de consumo de sua equipe econômica?
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